Ter o próprio negócio de maneira simplificada é o sonho de muitos brasileiros, mas nem todo mundo sabe exatamente quem pode abrir uma empresa como MEI. O Microempreendedor Individual se tornou uma alternativa acessível para quem deseja formalizar pequenos empreendimentos, trabalhar legalmente e ainda garantir benefícios importantes, como emissão de notas fiscais e acesso ao INSS. Porém, há regras e limitações específicas sobre quem se enquadra nessa modalidade, tanto em relação ao tipo de atividade exercida quanto ao faturamento anual permitido.
Muitas pessoas acreditam que basta ter uma ideia e vontade de empreender para se tornar MEI, mas a realidade é um pouco mais detalhada. Profissionais de diferentes áreas, autônomos, prestadores de serviço e até mesmo lojistas de pequeno porte podem encontrar na formalização uma porta aberta para crescimento e estabilidade. Por outro lado, certas profissões regulamentadas, sócios em empresas ou quem já possui vínculo societário, por exemplo, enfrentam restrições claras.
Descobrir se você pode abrir um MEI é o primeiro passo para usufruir de vantagens como redução de impostos, menos burocracia e inclusão no universo do empreendedorismo formal. Compreender as regras, os critérios e as possibilidades é essencial para tomar decisões mais seguras e transformar seu negócio em uma fonte de renda com amparo legal. Quer saber se o seu perfil pode ou não entrar nessa categoria e quais oportunidades estão ao seu alcance? Este artigo revela tudo em detalhes para que você tire suas dúvidas e dê o próximo passo com confiança.
O que é MEI e como funciona
O MEI, sigla para Microempreendedor Individual, é uma forma simplificada de formalização para pequenos empreendedores. Criado para facilitar o acesso à formalização, o MEI permite que profissionais autônomos, prestadores de serviço e pequenos comerciantes atuem de forma legalizada, com direitos e deveres garantidos pela legislação. Ao se tornar MEI, o empreendedor obtém um CNPJ, pode emitir notas fiscais, tem direito a benefícios previdenciários e conta com carga tributária reduzida e simplificada.
O processo de abertura do MEI é totalmente online, rápido e gratuito. O registro pode ser feito em poucos minutos no Portal do Empreendedor, respeitando os critérios estabelecidos, como limite de faturamento anual e inclusão da atividade na lista permitida. Assim que o cadastro é aprovado, o empreendedor passa a ter obrigações mensais de pagamento do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), que engloba tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia de valor fixo.
Ao escolher o MEI, o profissional sai da informalidade, tem mais facilidade para abrir conta empresarial, acessar linhas de crédito e firmar parcerias comerciais. Além disso, o MEI fica enquadrado em uma categoria própria dentro do Simples Nacional, mantendo um ritual burocrático mínimo em comparação com outros tipos de empresas.
Benefícios de ser MEI
- Formalização fácil: O processo de registro é simplificado, disponível pela internet, sem custo inicial.
- Menos impostos: Pagamento mensal reduzido e fixo, sem taxas extras conforme o faturamento, o que facilita o planejamento financeiro.
- Benefícios do INSS: Aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte, garantindo proteção social.
- Emissão de nota fiscal: Possibilidade de vender para empresas e órgãos públicos, aumentando as oportunidades de negócio.
- Acesso a crédito e serviços: Facilidade para abrir conta pessoa jurídica, solicitar financiamentos e participar de licitações.
Diferenças entre MEI e outras modalidades
O MEI foi pensado para quem atua sozinho, sem sócios e com equipe reduzida (permitido apenas um empregado com salário mínimo ou piso da categoria). Diferente das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), o MEI tem faturamento anual limitado e restrição quanto às atividades permitidas. Enquanto MEIs têm obrigações fiscais e contábeis simplificadas, as outras modalidades exigem escrituração contábil detalhada, maior carga tributária e podem ter mais de um sócio ou quadro de funcionários ampliado.
No MEI, o pagamento de impostos é feito por guia única (DAS), enquanto as demais categorias empresariais têm tributação proporcional ao faturamento e maior incidência de taxas. Optar pelo MEI é ideal para quem está iniciando, testando novos negócios ou quer regularizar um trabalho autônomo sem aumento de burocracia.
Requisitos para se tornar MEI
Faturamento anual permitido
Um dos principais critérios para se enquadrar como Microempreendedor Individual é respeitar o limite de faturamento anual estabelecido pela legislação. O MEI pode faturar até um valor máximo por ano, que garante a simplicidade tributária e a manutenção dos benefícios dessa categoria. Esse limite é ideal para quem está começando um pequeno negócio ou presta serviços em escala reduzida, tornando-se uma escolha estratégica para autônomos, pequenos comerciantes e prestadores de serviço que desejam formalizar suas atividades sem um grande volume financeiro.
É importante acompanhar de perto a receita obtida mês a mês: exceder esse valor pode obrigar o empreendedor a migrar para um regime tributário mais complexo, como o Simples Nacional, com outras obrigações e custos. Estar atento a esse limite permite planejar o crescimento do negócio sem surpresas e garante que o empreendedor permaneça em conformidade legal.
Atividades permitidas para MEI
O cadastro como MEI está restrito a uma lista específica de atividades econômicas, que engloba centenas de opções no comércio, indústria e prestação de serviços. Essas atividades foram selecionadas por serem de baixo risco e geralmente não exigirem grande estrutura. Exemplos incluem vendedores em geral, cabeleireiros, costureiras, eletricistas, artesãos, mecânicos, fotógrafos e profissionais autônomos de diversas áreas.
Esse enquadramento garante que o MEI se mantenha focado em pequenos empreendimentos, evitando áreas com regulamentações complexas ou que exigem formação técnica específica. Antes de se formalizar, é fundamental checar se a sua atividade está na lista oficial de ocupações permitidas para o MEI, o que pode ser feito facilmente no Portal do Empreendedor ou com apoio de um contador.
Restrições e impedimentos
Além do limite de receita e da atividade exercida, existem restrições adicionais que impedem algumas pessoas de se tornarem MEI. Quem é sócio, administrador ou titular de outra empresa, por exemplo, não pode aderir a essa modalidade. Da mesma forma, servidores públicos federais, estrangeiros sem visto permanente ou menores de 18 anos não emancipados também não se enquadram.
Outro ponto importante: algumas profissões regulamentadas por conselhos de classe (como médicos, advogados, engenheiros, dentistas, contadores, entre outros) não podem ser registradas como MEI. O objetivo é garantir que apenas atividades mais simples, sem exigência de qualificação regulamentada, possam usufruir dos benefícios do Microempreendedor Individual.
Conhecer esses requisitos é fundamental para que o futuro empreendedor avalie suas possibilidades e evite problemas legais ou burocráticos ao formalizar seu negócio.
Quem NÃO pode ser MEI
Tipos de profissionais não autorizados
Apesar de o Microempreendedor Individual ser uma alternativa acessível para muitos brasileiros, há restrições claras quanto aos tipos de profissionais que podem se formalizar por esse regime. Profissões que exigem regulamentação por conselhos de classe, como médicos, dentistas, advogados, engenheiros, arquitetos, psicólogos e contadores, não podem atuar como MEI. Da mesma forma, atividades intelectuais, técnicas ou científicas regulamentadas, que dependem de formação superior e registro em conselho profissional, estão automaticamente excluídas.
A limitação existe porque o intuito do MEI é atender pequenos negócios de baixo risco e atividades essencialmente comerciais, de prestação de serviços simples ou de produção. Funções como professores, jornalistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, administradores e corretores de imóveis também não podem ser enquadradas no MEI.
Além disso, existem profissões e atividades não permitidas na lista oficial disponível na Receita Federal. Algumas atividades industriais de médio porte, comércio de armas e munições, produção de bebidas alcoólicas, entre outros segmentos específicos, também são vedados para o Microempreendedor Individual. Antes de tentar formalizar, é fundamental conferir se a ocupação pretendida está permitida na relação oficial de atividades do MEI.
Limitações envolvendo sócios e empresas
Outro grupo excluído da possibilidade de se formalizar como MEI são pessoas que já têm participação societária em outros empreendimentos. Quem é sócio, administrador ou titular em qualquer outro tipo de empresa (mesmo que inativa) está legalmente impedido de abrir um CNPJ de Microempreendedor Individual.
Além disso, funcionários públicos federais não podem ser MEI em função de impedimentos legais, enquanto servidores estaduais e municipais devem consultar a legislação do próprio órgão para saber se há permissão.
Outra restrição diz respeito ao faturamento: se o empreendedor ultrapassar o limite anual estabelecido para o MEI, perde o enquadramento e precisa migrar para outra categoria empresarial. Também não é permitido ter filial – cada pessoa só pode ter um registro MEI em seu nome.
Essas limitações existem para garantir que o regime do MEI atenda de fato ao perfil para o qual foi criado: o de trabalhadores autônomos e pequenos empresários individuais, sem vínculos societários ou funções que demandem regulação profissional.
Passo a passo para se formalizar como MEI
Formalizar-se como Microempreendedor Individual é um processo simplificado e totalmente online, pensado justamente para facilitar a vida de quem quer regularizar pequenas atividades comerciais ou de prestação de serviço. Se você se encaixa nos critérios para ser MEI, seguir um passo a passo organizado ajuda não só a acelerar a legalização do seu negócio, mas também a evitar erros e retrabalhos.
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Confirme os requisitos:
Antes de tudo, é fundamental verificar se você se enquadra como MEI. Fique atento ao limite de faturamento anual, à lista de atividades permitidas e certifique-se de não ser sócio ou administrador de outra empresa. Profissões regulamentadas, por exemplo, não podem ser registradas como MEI.
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Separe documentos essenciais:
Para se cadastrar, tenha em mãos CPF, RG, comprovante de endereço residencial e do local da atividade (se houver), além do título de eleitor ou recibo do último imposto de renda (caso tenha declarado).
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Acesse o Portal do Empreendedor:
Todo o processo de formalização é feito pelo Portal do Empreendedor. Ali, basta selecionar a opção “Quero ser MEI” e preencher os dados pessoais solicitados, além das informações sobre sua atividade.
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Informe sua atividade econômica:
Escolha a ocupação principal e, se necessário, até 15 atividades secundárias dentro das ocupações permitidas. Selecione também o local onde o serviço é prestado (casa, loja, internet etc.).
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Finalize o cadastro e obtenha o CNPJ:
Após o preenchimento, o sistema gera imediatamente seu CNPJ, Inscrição Municipal e/ou Estadual e o Certificado de Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI). Esse documento comprova que você está formalizado.
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Registre-se na Prefeitura (se necessário):
Algumas cidades exigem um cadastro complementar na prefeitura, especialmente para emissão de alvará de funcionamento, dependendo da atividade e do endereço informado. Consulte as regras do município.
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Organize a contribuição mensal:
O MEI deve pagar uma guia mensal (DAS), com valor fixo, para garantir direitos previdenciários e manter a regularidade junto aos órgãos públicos. O pagamento pode ser feito via débito automático, boleto ou PIX.
Ao seguir esse caminho, seu negócio começa de forma legalizada, pronto para emitir notas fiscais e aproveitar benefícios exclusivos. Ter um CNPJ abre portas para novos mercados, parcerias e crescimento seguro.
Dúvidas frequentes sobre quem pode ser MEI
Quando o assunto é se tornar Microempreendedor Individual, surgem diversas dúvidas que podem confundir quem está pensando em formalizar o próprio negócio. Embora o processo de abertura seja simplificado, ainda há regras importantes que definem quem pode se enquadrar como MEI e quem não pode. Aqui, esclarecemos as principais questões para ajudar você a tomar uma decisão informada.
Entre as perguntas mais recorrentes está a relacionada ao tipo de atividade permitida. Nem toda profissão ou prestação de serviço pode ser registrada como MEI. A lista oficial de ocupações autorizadas é atualizada periodicamente e inclui, em geral, profissões de caráter autônomo, como cabeleireiro, artesão, eletricista, vendedor ambulante, confeiteiro, entre outras funções ligadas ao comércio, indústria leve e serviços. Atividades regulamentadas por conselhos de classe, como médicos, advogados e engenheiros, não podem ser enquadradas nessa modalidade.
Outra dúvida comum é sobre o limite de rendimento anual. O teto de faturamento para se manter como MEI é fixado pelo governo e, caso o empreendedor ultrapasse esse valor, será necessário migrar para outro enquadramento empresarial, como o Simples Nacional ou Microempresa. Além disso, o MEI só pode ter no máximo um empregado registrado, que deve receber um salário mínimo ou piso da categoria.
Quanto à idade mínima, qualquer pessoa maior de 18 anos pode abrir um MEI. Para maiores de 16 anos emancipados legalmente, também é permitido. No entanto, estrangeiros com visto provisório e servidores públicos, em muitos casos, não podem se formalizar como microempreendedores individuais — exceto se as regras do órgão público permitirem.
Também é muito perguntado se pode ser MEI quem já tem participação em outras empresas. A resposta é não: só é possível abrir um MEI se a pessoa não for sócia, titular ou administradora de outra empresa, evitando sobreposição de responsabilidades e benefícios.
Por fim, MEIs não podem exercer atividades consideradas de alto risco ambiental, sanitário ou trabalhista. A verificação dessas restrições é fundamental antes de iniciar o processo de abertura, garantindo que o negócio se enquadra em todos os parâmetros estabelecidos pela legislação.
Entender esses pontos é essencial para quem deseja se formalizar corretamente, evitar contratempos e aproveitar as vantagens do regime de Microempreendedor Individual de forma segura e legal.












