Como regularizar o MEI atrasado

Descobrir que o CNPJ de Microempreendedor Individual está irregular pode ser um verdadeiro susto. Além da preocupação com débitos acumulados, a situação traz incertezas quanto aos direitos e obrigações do MEI. Ficar em atraso significa correr riscos que vão além das cobranças financeiras, como a possibilidade de ser excluído do Simples Nacional ou perder benefícios importantes, incluindo cobertura previdenciária. Muitos microempreendedores acabam deixando para depois e, quando percebem, já enfrentam dificuldades para emitir notas fiscais, acessar serviços públicos ou até formalizar contratos.

A boa notícia é que regularizar pendências do MEI é mais simples do que parece. Com o caminho certo, é possível colocar tudo em dia rapidamente e retomar a tranquilidade na vida empresarial. Cada etapa do processo pode ser feita online, com orientações claras para consulta de débitos, pagamento das guias e até mesmo parcelamento, se necessário. Esta leitura vai apresentar de maneira prática como resolver o atraso e oferece dicas exclusivas para manter a regularidade e evitar prejuízos, garantindo que o trabalho como MEI siga protegido, eficiente e sem surpresas desagradáveis.

O que significa ter o MEI atrasado

Ter o MEI atrasado significa que o microempreendedor individual não está em dia com as obrigações fiscais e tributárias exigidas pelo regime. Essa situação geralmente acontece quando as guias de pagamento do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) não foram quitadas no prazo correto. Essas guias concentram os tributos que viabilizam a regularização do CNPJ, o acesso a benefícios previdenciários e a formalização das atividades comerciais.

Muitos acreditam que a inadimplência do MEI não traz consequências imediatas, mas, na prática, ficar em atraso compromete a imagem do empresário e limita o funcionamento do negócio. Além do pagamento mensal do DAS, o MEI precisa entregar a declaração anual, chamada DASN-SIMEI, que também pode ficar irregular se houver pendências, resultando em mais acúmulo de débitos e restrições.

Estar irregular significa, na prática, não conseguir emitir certidões negativas, ter o CNPJ bloqueado para diversas operações e até perder direitos garantidos por lei. O status de inadimplente impacta desde o acesso a linhas de crédito até a impossibilidade de acessar benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade ou auxílio-doença, caso haja algum problema de saúde.

Além disso, a condição do MEI atrasado impede a emissão de nota fiscal eletrônica em muitos municípios, dificultando negociações com empresas e órgãos públicos, e acarreta o aumento de multas e encargos sobre o valor original das guias não pagas, dificultando ainda mais a regularização.

Ignorar pendências pode resultar até mesmo na exclusão do Simples Nacional e na inscrição do débito na dívida ativa, o que pode acarretar cobranças judiciais e bloqueio de bens. Por isso, compreender o que significa estar com o MEI atrasado é fundamental para que o empreendedor adote medidas rápidas e evite prejuízos à sua atividade.

Quais problemas o MEI atrasado pode causar

Exclusão do Simples Nacional

Estar em situação irregular com as obrigações do MEI pode acarretar a exclusão automática do microempreendedor do regime do Simples Nacional. Isso significa perder a simplicidade nos tributos e, em alguns casos, voltar a ter obrigações fiscais mais complexas e custosas. Uma vez excluído, o CNPJ pode ser desenquadrado de todas as vantagens do MEI, obrigando o empresário a pagar impostos mais altos e a lidar com procedimentos burocráticos maiores para operar suas atividades.

Perda de benefícios previdenciários

Manter os pagamentos do DAS MEI em dia garante ao microempreendedor, entre outros direitos, o acesso aos benefícios previdenciários, como auxílio-doença, aposentadoria e salário-maternidade. O atraso e o não pagamento comprometem imediatamente esse acesso: períodos em débito não contam como tempo de contribuição, e o segurado pode ficar temporariamente desprotegido. Para quem depende da cobertura do INSS, esse risco representa vulnerabilidade financeira e pessoal.

Restrições para emitir notas fiscais

Quem atrasa as obrigações do MEI pode ter bloqueios ou dificuldades para emitir notas fiscais, especialmente junto a prefeituras que exigem regularidade fiscal para liberar esse serviço. Sem notas fiscais, o microempreendedor perde a formalização nos negócios, pode deixar de fechar contratos importantes e corre o risco de perder clientes que exijam esse documento para parcerias e pagamentos.

Multas e encargos

Os boletos DAS em atraso acumulam multas e juros automáticos, encarecendo significativamente o valor original devido. Além do impacto financeiro imediato, a soma desses encargos dificulta o pagamento integral e pode levar o MEI à inscrição em dívida ativa, tornando o processo de regularização ainda mais burocrático e oneroso. O acúmulo de débitos também traz restrições para acessar linhas de crédito e limitações bancárias.

Ao compreender os principais problemas do MEI atrasado, fica evidente a importância de monitorar e quitar as obrigações em dia para manter todas as vantagens e evitar prejuízos no negócio. necessidade de regularização

Como consultar débitos do MEI

Consulta pelo Portal do Empreendedor

O Portal do Empreendedor é a porta de entrada oficial para todos os serviços do MEI. Por lá, é possível consultar facilmente se existem pagamentos em atraso. Para fazer a verificação, acesse o site e escolha a opção “Já sou MEI”. No menu de serviços, localize a área de “Pagamentos” e clique em “Consulta de débitos”. Será solicitado o número do CNPJ do seu MEI.

Basta inserir o CNPJ e, em poucos segundos, o sistema mostra todas as guias DAS pagas e as que estão pendentes, discriminando valores e datas. Essa visualização facilita a identificação de meses em aberto e permite gerar as guias para regularização. O sistema é intuitivo e pode ser acessado de qualquer dispositivo com internet.

Uma vantagem desse método é a centralização das informações ligadas ao regime MEI, facilitando o acompanhamento não só de débitos, mas também de obrigações acessórias, como declarações anuais. Tudo isso sem necessidade de cadastro adicional, apenas com o CNPJ.

Consulta pelo site da Receita Federal

Outra alternativa confiável para consultar débitos do MEI é através do site oficial da Receita Federal. Acesse a página “PGMEI – Programa Gerador do DAS do Microempreendedor Individual”. Nela, informe o seu CNPJ e avance.

Ao acessar, selecione a opção “Consulta Extrato/Pendências”. O sistema exibe um extrato detalhado de todas as obrigações do MEI, mostrando os meses pagos, valores e guias que ainda estão em aberto. Essa consulta é atualizada em tempo real e pode exibir também pendências relacionadas à entrega da declaração anual.

Para acompanhamento mais detalhado, o site disponibiliza a função de extrato completo, útil para quem tem débitos acumulados há mais tempo ou precisa de um histórico organizado para negociação ou parcelamento. Não é preciso senha, apenas o CNPJ do MEI ativo.

Ter clareza sobre os débitos pendentes é o primeiro passo para organizar a regularização do MEI atrasado. Com a relação das dívidas em mãos, é possível programar o pagamento e começar a solução definitiva das pendências fiscais do CNPJ.

Passo a passo para regularizar o MEI atrasado

Emissão e pagamento das guias em atraso

Para colocar o MEI em dia, o primeiro passo é identificar e quitar todas as guias pendentes do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Essas guias correspondem ao pagamento mensal obrigatório dos impostos do microempreendedor.

A emissão das guias é feita no portal PGMEI, disponível no site da Receita Federal. Basta acessar o sistema com o número do CNPJ, selecionar a opção de “Emitir Guia de Pagamento (DAS)” e escolher o(s) mês(es) em atraso. O sistema já calcula automaticamente multas e juros referentes ao período vencido.

Após emitir as guias, faça o pagamento em casas lotéricas, aplicativos bancários ou agências conveniadas. O pagamento dos débitos é fundamental para restabelecer a regularidade do CNPJ e evitar agravamento das penalidades. Caso haja dificuldade para pagar tudo de uma vez, é possível buscar o parcelamento posteriormente, após quitação das guias mais recentes.

  • Acesse o portal PGMEI;
  • Informe o CNPJ do MEI;
  • Escolha “Emitir DAS” e selecione os meses atrasados;
  • Baixe ou imprima o boleto com multa e juros atualizados;
  • Efetue o pagamento pelo canal escolhido.

Entrega da declaração DASN-SIMEI atrasada

Além do pagamento do DAS, o MEI também deve regularizar a entrega da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI). Essa declaração informa o faturamento bruto do ano anterior e é requisito para manter os benefícios do regime.

Se você perdeu o prazo, é possível entregar a DASN-SIMEI em atraso acessando o mesmo portal PGMEI. A regularização pede o preenchimento correto dos dados de receitas e, ao transmitir a declaração, será gerada uma multa automática pelo atraso — que pode ser reduzida em caso de pagamento rápido.

O passo a passo é simples:

  1. Acesse o PGMEI e escolha “Declaração Anual” (DASN-SIMEI);
  2. Informe o ano-base em atraso;
  3. Preencha o faturamento bruto e responda às perguntas do sistema;
  4. Finalize a transmissão online;
  5. Imprima ou salve o recibo, junto ao boleto da multa, se houver.

Regularizar a entrega da DASN-SIMEI garante o acesso a direitos previdenciários e protege o CNPJ de uma possível exclusão do Simples Nacional, mantendo a atividade do microempreendedor em conformidade com as exigências legais.

Como funciona o parcelamento de débitos do MEI

Parcelamento de débitos não inscritos na dívida ativa

Quando o MEI acumula débitos de DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) que ainda não foram encaminhados para a Dívida Ativa, é possível fazer o parcelamento de maneira totalmente online. Essas pendências costumam ser dívidas mais recentes e ainda sob a administração da Receita Federal.

O processo é simples: o microempreendedor acessa o Portal do Simples Nacional, entra com seu CNPJ e senha ou código de acesso, seleciona a opção de “Parcelamento – Microempreendedor Individual” e segue os passos indicados na tela. É possível simular e solicitar o parcelamento das guias em atraso.

  • O valor mínimo de cada parcela costuma ser baixo, facilitando a regularização.
  • O sistema calcula automaticamente os juros e multas correspondentes.
  • O pagamento das parcelas é feito por meio do DAS, gerado a cada vencimento.

Após o pedido, o MEI começa a quitar as dívidas de forma progressiva, evitando cobranças mais agressivas e mantendo seu CNPJ ativo. Manter os pagamentos em dia é essencial para não perder o benefício do parcelamento.

Parcelamento de débitos inscritos na dívida ativa

Quando os débitos permanecem sem pagamento por um período prolongado, eles podem ser enviados para a Dívida Ativa da União, administrada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Nesses casos, o parcelamento é feito diretamente no sistema da PGFN.

Para regularizar essas pendências, o microempreendedor deve acessar o portal Regularize, informar o CNPJ e selecionar a opção de parcelamento de débitos inscritos. O sistema irá listar o total devido e permitir a escolha do número de parcelas possível.

  • As regras podem ser mais rígidas, com valor mínimo de parcela estipulado pelo órgão.
  • Débitos inscritos podem sofrer acréscimos de encargos legais.
  • Após o acordo, o MEI ganha um alívio imediato em restrições, podendo voltar a emitir certidões e notas fiscais.

É importante lembrar que a inadimplência nesse parcelamento pode gerar a rescisão do acordo e dificultar futuras negociações, além de manter o MEI sujeito a restrições, como penhora de bens ou inclusão em cadastros de inadimplência.

Com o parcelamento, seja antes ou depois da dívida ativa, o CNPJ do MEI tem a chance de ficar regular novamente, oferecendo acesso a todos os benefícios e evitando dores de cabeça futuras.

Dicas para manter o MEI regularizado

Manter o MEI sempre em dia é fundamental para evitar problemas como débitos, bloqueios e até mesmo a perda de benefícios previdenciários. A regularidade do empreendimento não apenas garante a tranquilidade na gestão, como também previne surpresas desagradáveis que possam dificultar o crescimento do seu negócio. Veja algumas dicas valiosas para que você não perca o controle sobre a situação cadastral e fiscal do seu MEI.

  • Organize um calendário de obrigações:

    Marque datas importantes, como o vencimento das guias do DAS e o período para envio da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI). Use alarmes no celular, planilhas ou agendas digitais para não deixar passar nenhuma obrigação.
  • Fique de olho nos canais oficiais:

    Acompanhe o Portal do Empreendedor, aplicativos e e-mails cadastrados. Notícias de mudanças nas regras, processos de cobrança ou até novidades sobre benefícios costumam ser divulgadas por lá.
  • Guarde comprovantes e documentos:

    Salve recibos de pagamento, declarações e qualquer notificação recebida. Armazenar digitalmente evita extravios e facilita no caso de precisar comprovar regularidade em contratos ou cadastros.
  • Revise as atividades do CNPJ:

    Caso você mude o tipo de serviço ou passe a vender novos produtos, atualize suas informações cadastrais para evitar incompatibilidades e problemas na emissão de nota fiscal.
  • Não ignore notificações:

    Caso receba alerta de pendência, não adie a resolução. Resolver pequenos atrasos rapidamente evita a acumulação de juros e o risco de exclusão do Simples Nacional.
  • Procure auxílio sempre que precisar:

    Em caso de dúvidas, busque informação em órgãos oficiais, Sebrae ou com um contador de confiança. Muitas vezes, uma orientação rápida pode evitar erros graves.
  • Monitore sua situação regularmente:

    Faça consultas periódicas nos sistemas da Receita Federal para confirmar que não há débitos em aberto ou informações pendentes em seu cadastro.

Seguir essas orientações é o melhor caminho para garantir a saúde do seu negócio como Microempreendedor Individual. Adotar essas práticas amplia as chances de manter o MEI protegido, atualizado e pronto para aproveitar todas as vantagens da formalização.

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